segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

FOLCLORE: SÃO PAULO E MINAS GERAIS

26 de agosto de 2000
"Folclorista promove batizado de filhote de mula-sem-cabeça mineira com lobisomem paulista (DARIO PALHARES)

Será uma cerimônia do outro mundo. Sacis-pererês, botos, mães d'água e outras criaturas do folclore brasileiro já confirmaram presença no batizado do filhote do lobisomem de Joanópolis (SP) com a mula-sem-cabeça de Vila de Cocais, distrito do município de Barão de Cocais (MG)..."

http://www.pousadadascores.com.br/eventos/casamento_mula_lobisomem/casamento_mula_lobisomem.htm

O meu primo Marcos Bueno e o prof. Valter Cassalho, de Joanópolis SP, são os responsáveis pela propagação do mito do Lobisomem, que vive nas redondezas de Joanópolis.

IMPORTANTE:
Podem avisar a realeza inglesa que, até hoje, se mantem devido a grande parte da fortuna do sr. José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, o Barão dos Cocais. Isso ai...


Lenda secular do Lobisomem.


Marc Chagall, (1887-1985), Juif Errant, Petit Palais, Museu de Arte Moderna, Genebra.


Auteur/exécutant: PELLERIN (imprimeur, libraire, éditeur)
Titre: LE JUIF-ERRANT. (titre inscrit)
Période création/exécution: 3e quart 19e siècle
Lieu de conservation: Paris ; musée des Civilisations de l'Europe et de la Méditerranée


LE VRAI PORTRAIT DU JUIF-ERRANT (titre inscrit)
Période création/exécution: 2e quart 19e siècle; 2e moitié 19e siècle
Lieu de conservation: Paris; musée des Civilisations de l'Europe et de la Méditerranée

Fonte: http://www.culture.gouv.fr/public/mistral/joconde_fr?ACTION=RETROUVER_TITLE&FIELD_98=REPR&VALUE_98=%20b%E2ton&GRP=10&SPEC=1&SYN=1&IMLY=&MAX1=1&MAX2=1&MAX3=100&REQ=((b%E2ton)%20%3AREPR%20)&DOM=All&USRNAME=nobody&USRPWD=4%24%2534P


Mito milenar do Ermitão ou Judeu Errante, fora visto perambulando em Joanópolis.
No decorrer dos séculos em diferentes lugares o Judeu Errante é assim chamado: Ahasverus, Buttadeu, Larry o Caminhante, Joseph Cartaphilus, Juan Espera em Deus, Michob-Ader e Samuel de belibet.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Joan%C3%B3polis
http://pt.encydia.com/es/Judeu_errante
http://recantodasletras.uol.com.br/contos/1185410
http://olhar.ufscar.br/index.php/olhar/article/viewFile/21/20
http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESLH/Edicoes/5/artigo72286-1.asp


Tela de Gustave Doré (Estrasburgo, 1832 — Paris, 1883): O Judeu Errante.

Várias pinturas:

http://www.texttribe.com/gallery/Gustave_Dore/index_Dante_Divine_Comedy.htm

CONTO de Machado de Assis
VIVER

Fim dos tempos. Ahasverus, sentado em uma rocha, fita longamente o horizonte, onde passam duas águias cruzando-se. Medita, depois sonha. Vai declinando o dia.

Ahasverus. — Chego à cláusula dos tempos; este é o limiar da eternidade. A terra está deserta; nenhum outro homem respira o ar da vida. Sou o último; posso morrer. Morrer! Deliciosa idéia! Séculos de séculos vivi, cansado, mortificado, andando sempre, mas ei-los que acabam e vou morrer com eles. Velha natureza, adeus! Céu azul, imenso céu for aberto para que desçam os espíritos da vida nova, terra inimiga, que me não comeste os ossos, adeus! O errante não errará mais. Deus me perdoará, se quiser, mas a morte consola-me. Aquela montanha é áspera como a minha dor; aquelas águias, que ali passam, devem ser famintas como o meu desespero. Morrereis também, águias divinas?

Prometeu. — Certo que os homens acabaram; a terra está nua deles.

Ahasverus. — Ouço ainda uma voz... Voz de homem? Céus implacáveis, não sou então o último? Ei-lo que se aproxima... Quem és tu? Há em teus grandes olhos alguma cousa parecida com a luz misteriosa dos arcanjos de Israel; não és homem... (...)

Conto completo aqui ( http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/viver.html ). Publicado originalmente em Gazeta de Notícias 1886.


POEMA DE CASTRO ALVES (Curralinho - 1847 /Salvador - 1871), LIVRO ESPUMAS FLUTUANTES.

Ahasverus e o Gênio


Sabes quem foi Ahasverus?... — o precito,
O mísero Judeu, que tinha escrito
Na fronte o selo atroz!
Eterno viajor de eterna senda...

Espantado a fugir de tenda em tenda,
Fugindo embalde à vingadora voz!
Misérrimo! Correu o mundo inteiro,
E no mundo tão grande... o forasteiro
Não teve onde... pousar.
Co'a mão vazia-viu a terra cheia.

O deserto negou-lhe — o grão de areia.
A gota d'água — rejeitou-lhe o mar.
D'Asia as florestas-lhe negaram sombra
A savana sem fim-negou-lhe alfombra.
O chão negou-lhe o pó!...
Tabas, serralhos, tendas e solares...

Ninguém lhe abriu a porta de seus lares
E o triste seguiu só.
Viu povos de mil climas, viu mil raças,
E não pôde entre tantas populaças
Beijar uma só mão...
Desde a virgem do Norte à de Sevilhas,

Desde a inglesa à crioula das Antilhas
Não teve um coração!...
E caminhou!... E as tribos se afastavam
E as mulheres tremendo murmuravam
Com respeito e pavor.
Ai! Fazia tremer do vale à serra...

Ele que só pedia sobre a terra
— Silêncio, paz e amor! —
No entanto à noite, se o Hebreu passava,
Um murmúrio de inveja se elevava,
Desde a flor da campina ao colibri.

"Ele não morre", a multidão dizia...
E o precito consigo respondia:
— "Ai! mas nunca vivi!" —

O Gênio é como Ahasverus... solitário
A marchar, a marchar no itinerário

Sem termo do existir.
Invejado! a invejar os invejosos.
Vendo a sombra dos álamos frondosos...
E sempre a caminhar... sempre a seguir...
Pede u'a mão de amigo-dão-lhe palmas:
Pede um beijo de amor— e as outras almas

Fogem pasmas de si.
E o mísero de glória em glória corre...
Mas quando a terra diz: — "Ele não morre"
Responde o desgraçado:-"Eu não vivi!..."

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